O que é uma interface para implantes?

Técnica Cimentada Parafusada – Cimentação com Retriviabilidade

Primeiramente, no campo semântico atribuído ao termo “interface”, a maioria dos pilares de titânio podem ser (e são) utilizados como interfaces.

 

Conceito, vantagens e indicações da técnica

Portanto, deste momento em diante utilizarei a palavra “Interface” entre aspas por justa razão. Uma dita “interface” pode ser definida como um intermediário (pilar) que servirá como uma forma de conexão (indexada ou não) entre a estrutura protética (prótese de qualquer natureza) e o implante propriamente.

 

Técnica de cimentação

A técnica de cimentação, intra ou extra-oral, com acesso ao parafuso de retenção do pilar (“interface”), é, em última instância, o que define a denominação de uma TÉCNICA, muito antes que a nominação de um COMPONENTE.

No decorrer da minha carreira , exclusivamente dedicados à arte das próteses sobre implantes dentários em clínica privada, utilizei esta técnica desde o início da mesma sempre coroado de êxito, fossem próteses unitárias ou múltiplas.

Além disso, o substantivo “interface” tem sido amplamente associado com a tecnologia CAD/CAM , cada vez mais frequente em nossas vidas!

Realmente, é ótimo ver difundido o uso desta técnica associada àquela tecnologia, uma vez que, além de apropriada e eficaz, traz luz ao que vemos cada dia mais popular: a apologia ao uso de estruturas metal free diretamente sobre implantes, ou infraestruturas de qualquer natureza (metálicas ou não) inteiramente obtidas por centros de usinagem CAD/CAM ou fundições de padrões calcináveis, obtidos por manufatura aditiva (impressoras de polímeros).

Estas tecnologias de centros de usinagem e impressão 3D ainda carecem de grandes avanços para se aproximar da precisão e passividade obtidas com a colagem de componentes usinados em centros apropriados.

Além disso, a técnica é simples e não deve ser preterida ou temida por qualquer etapa deste processo, porque o mais importante é a colagem das “interfaces” às próteses que se destinam.

Como toda técnica existem as indicações corretas para a sua aplicação, bem como vantagens que listo a seguir.

 

Quais as vantagens dessa técnica?

Vantagens: a principal vantagem desta técnica é proporcionar uma acoplagem entre prótese e implantes inteiramente compostas por titânio, não havendo riscos de trauma por hierarquia de dureza e fenômenos de possível corrente galvânica entre metais de diferentes naturezas.

As superfícies de acoplagem ou “indexadores” dos componentes, agora denominados “interfaces”, apresentam-se do início ao fim do processo, absolutamente intactos, pois que não são submetidos à processos notoriamente traumáticos, como oxidação deletéria inerente ao processo de sobrefundição (componentes com base de CoCr) e jateamentos para remoção de revestimentos deste processo.

Além disso, outra vantagem é a indiscutível precisão dimensional, pois que estes componentes são obtidos por rígido processo de qualidade, vindos de torneamento CNC de alta precisão, com controle de qualidade do início ao fim do processo, com tolerâncias estabelecidas em normas ASTM e INMETRO; Tal controle dimensional JAMAIS será alcançado por fresadoras laboratoriais ou impressoras e, mais importante,burlam desta maneira qualquer regulação das devidas agências reguladoras desta categoria de produtos.

Cito como uma grande vantagem “interfaces” fornecidas por firmas como a LockFit, que fornecem uma ampla gama de pilares em cores biomiméticas (obtidas por eletrólise de barreira) que, por assim dizer, não permite que a cor do titânio natural prejudique o resultado estético dos trabalhos metal-free, aos quais se aplicam.

 

Principais indicações

Esta técnica é plenamente utilizada na maioria dos casos protéticos parafusados , sejam unitários ou múltiplos.Das únicas contra-indicações para o emprego da técnica, são casos clínicos com pouca altura interoclusal, que implica uma reduzida área de cimentação para retenção da estrutura protética ou em casos de implantes vestibularizados, que impossibilita o acesso ao parafuso de retenção por razões estéticas e, obviamente, causaria dificuldades em relação à obtermos a retriviabilidade tão desejada aos nossos trabalhos sobre implantes.

 

Segue um pequeno guia prático passo-a-passo, aplicável a qualquer “interface”

Usarei um exemplo clínico realizado bem antes do surgimento de técnicas CAD/CAM (1995), portanto, com pilares e estrutura metalocerâmica convencionais para comprovar como a técnica continua atual e prática.

 

Primeiro passo:

Escolha a “interface” apropriada;

Foto ilustrativa de vários pilares, salientando o conceito de que todo o pilar é uma “interface”.

 

Segundo passo:

Posicione a “interface” intra ou extra-oral (modelo mestre) de acordo com a técnica escolhida; Proceda aos preparos preliminares, com a adequação dimensional se necessário, tanto na altura , como nos perfis laterais de acordo com cada caso.

 

Terceiro passo:

A execução da prótese, nesse caso, segue padrões convencionais para elucidar a versatilidade da técnica. Neste caso, enceramento de casquete de cera para técnica metalocerâmica convencional.

O enceramento é obtido preservando o orifício de acesso à “interface”. Procede-se a aplicação do revestimento estético escolhido;

 

Quarto passo:

Proceda às manobras preliminares na prótese e “interface”(asperização da superfície da “interface” e área interna da prótese , limpeza, remoção de contaminantes e aplicação de primers, se aplicável).

A proteção do orifício do parafuso da interface deve ser feita com pellet de algodão ou teflon (prefiro a primeira opção).

A obliteração dos orifícios de acesso aos parafusos nas próteses serve para evitar o extravasamento do adesivo (prefiro a cera 7 como material obliterante).

 

Quinto passo:

Proceda a manipulação e aplicação do cimento adesivo no interior das próteses e acople esta à “interface”.

Remova a cobertura de cera imediatamente após a acoplagem das próteses e remova o pellet protetor do orifício do parafuso na interface com uma lima endodôntica ou instrumento semelhante.

A seguir, confira o livre acesso da chave correspondente ao parafuso e execute/aguarde a cura do adesivo, conforme instruções do fabricante.

 

Sexto passo:

Uma vez a cura obtida, desaparafuse o conjunto prótese/interface e remova os excessos do adesivo com acesso privilegiado, tendo o cuidado de preservar o perfil de emergência tecidual com o reposicionamento do provisório até então utilizado ou cilindros de proteção (cicatrizadores). Além disso, faça então a assepsia das próteses, selecione parafusos novos, e assim proceda a entrega definitiva do trabalho.

 

Sétimo e último passo:

Aplique as pré-cargas aos parafusos (vide instrução de uso) em três ciclos de apertamento com o devido intervalo de tempo conforme sugere a Lockfit aos seus parafusos e pilares.

Proteja os parafusos de fixação da prótese com pellets de teflon e obture o orifício de forma estética com resina composta.

Contate nossa consultoria técnica

Chinese (Simplified)EnglishFrenchGermanItalianPortugueseSpanish